sexta-feira, 22 de maio de 2020

Monte da Ravasqueira tinto 2013 Sangiovese

Um italiano por terras lusas



Uma casta que não é vulgar por terras lusas, aliás, só me recordo de três produtores nacionais que tenham feito vinhos monocasta Sangiovese (Monte da Ravasqueira, Herdade do Portocarro e Quinta dos Termos), mas trata-se de uma casta internacional bastante famosa, a casta tinta mais plantada de Itália, , a base do vinho italiano mais famoso internacionalmente, o Chianti, mas também a base de denominações emblemáticas como Brunello di Montalcino ou Vino Nobile di Montepulciano.

É interessante a discussão sobre a validade e interesse destas plantações em Portugal, podemos sempre apelar que não faz sentido por não se tratar de um casta nacional (e muito menos regional), mas por outro lado, podemos contrapor que é legítima a decisão dos produtores, que é interessante a procura de alternativas às alterações climáticas, que é legítimo procurar fazer vinhos diferenciados e com isso encontrar os seus nichos, ou, simplesmente, porque quem decide gosta do perfil da casta e dos vinhos.

Discussões à parte, reza a história que aqui foi esse o caso, que na Ravasqueira alguém gostava muito deste perfil de vinhos, e que se procurava fazer um bom Sangiovese. Este é um monocasta da colheita de 2013, um vinho Regional Alentejano (14%) que teve 18 meses barrica, mostra nesta fase uma leve evolução cromática, com terra molhada, bosque, cedro, caruma, um perfil que me remete à casta e a alguns vinhos da região da Toscana. De acidez elevada e tanino firme e levemente amargo, um vinho mais ao estilo velho mundo, sem exuberância de aroma, de guarda, acídulo, num registo de pouca extracção, que levará a um registo de leveza e elegância, um pouco à semelhança de alguns Baga da Bairrada.


Sugestão gastronómica: estufados de caça com tomate.

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