sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Baías e Enseadas 2017 Castelão

O outro lado do Castelão


Castelão é uma casta tinta, que outrora foi amplamente plantada no nosso país, sobretudo nas regiões costeiras da Penínusula de Setúbal (onde ainda é preponderante), Lisboa, Bairrada, e também um pouco mais interior, como Tejo ou Alentejo. Foi sendo abandonada, tinha má fama, em alguns casos, ficou associada a vinhos de fraca qualidade, com pouca concentração, com muito tanino, acídulos, sem expressão de fruta. 

O que é verdade é que quem a tratava bem, sempre teve grandes vinhos de Castelão, há alguns exemplos disso no passado e há exemplos disso no presente, de vinhs em solo de areia, com calor, produções controladas ou de vinhas velhas, resultando daí vinhos muito bem feitos, com concentração, de tanino polido, com longevidade mas perfeitamente bebíveis enquanto jovens. 

Contudo, a casta continua associada a vinhos de "ombros largos", em alguns casos, com estágios em barrica evidentes, mas nem tudo é assim, e parece haver vontade de alguns produtores em fazer diferente, não só pela diferença, mas porque a casta permite outras expressões, como é o caso deste vinho. O produtor, Daniel Afonso, gosta de vinhos com frescura e elegância, e este Castelão é prova disso.

De cor ruby, aberto, com aroma fino, onde estão presentes as notas telúricas típicas da casta conjugadas com alguma fruta, num conjunto elegante e fresco, um tinto de pouca extracção, de textura fina, muito persistente, o chamado tinto de Verão, mas que não se bebe de chinelo no pé, pois apesar da sua ligeireza, é um vinho para se apreciar.

#avinhar

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