sábado, 6 de junho de 2020

Quinta das Bágeiras espumante rosé 2010 bruto natural

E os espumantes, envelhecem?



Envelhecer, envelhecem todos, só que alguns envelhecem "bem" e outros envelhecem "mal". Discussões à parte do que é um bom ou mau envelhecimento, em questão aqui está o envelhecimento ou maturação de um espumante, uma temática pouco abordada, por haver uma forte conjuctura de que o espumante é para ser bebido imediatamente após o degorgement.

Este é um espumante que é lançado com pouco tempo de estágio, normalmente (se não estou em erro) menos de um ano, um rosé feito de Baga, método clássico, com 12,5%. Tive várias garrafas, esta foi a última, fui abrindo ao longo do tempo, desde 2012 para cá, altura em que as comprei. Esta última apresentava uma cor com tonalidade de casca de cebola, aroma com evolução, onde a fruta fresca vermelha deu espaço a cereja cristalizada, geleia, bolo rei. Menos presença de gás, claro, mas com bolha ainda presente, claramente um espumante, mas com um perfil de evolução, com um carácter mais terciário, mas ainda fresco.

O normal é ter espumantes jovens (como este foi inicialmente) ou ter espumantes com mais estágio pré-degorgement, que confere evolução e uma acidez menos acutilante, mais complexidade e menos gás. Aqui temos uma evolução pós-degorgement, que lhe dá a complexidade da evolução sem a predominância das notas do estágio prolongado sobre borras. São versões diferentes, ambas válidas na minha opinião, por isso acho interessante guardar algumas garrafas, mesmo sabendo que vou perder a frescura aromática e de sabor, mas que isso poderá ser compensado com outros atributos.

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