Um Riesling no Alentejo?!?
À partida parece um contra-senso, pois trata-se de uma casta típica de regiões frias, como a Alsácia, mas parece ter-se adaptado bem ao terroir da Herdade do Arrepiado Velho, em Sousel, na região do Alentejo.
A colheita de 2015 é um típico Riesling, com aroma fresco, com notas de borracha e minerais, um vinho seco, tenso, mineral e bem fresco, amplo e com boa persistência, com ligeira cremosidade. Um vinho ainda jovem, mas já polido o suficiente para um consumo imediato. Um vinho interessante, um perfil bem diferente do que é habitual encontrar na região.
Provou-se também a colheita de 2011, a primeira edição do Riesling no Arrepiado Velho, permitindo assim ver se aqui também há longevidade como noutras regiões onde o Riesling domina. Trata-se de uma pequena produção de 1.200 garrafas de um vinho com estágio em barrica, um perfil um pouco diferente do actual. Cor ligeiramente evoluída, notas fumadas ainda com alguma presença da madeira, ligeiro amanteigado, um vinho mais gordo e com um pouco menos de frescura, um perfil de facto diferente, mas um vinho ainda bem vivo, sendo neste momento uma curiosidade.
São os pequenos detalhes que fazem a diferença, e nas pequenas opções que marcamos posição. O Arrepiado desde cedo assumiu uma imagem e uma postura irreverente, de apostar em algo diferente, e com sucesso, e estes Riesling são uma prova disso.
Avinhado a 11 de Abril de 2017
#avinhar
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