sexta-feira, 22 de julho de 2016

Trás-os-Montes: Os tintos

A continuação da prova de vinhos de Trás-os-Montes.

- Valle de Passos tinto 2014


DOC Trás-os-Montes 13.5%
Touriga Franca, Tinta Amarela e Touriga Nacional



Ruby com tom violeta, quase opaco. Aroma quente, fruta muito madura, um tinto encorpado, com o álcool presente, muito frutado e baixo nível de frescura. Intenso, cheio de fruta madura, boa boca e alguma persistência. Um estilo "quente" da região. 16

- Encostas de Sonim tinto 2012 Grande Reserva Vinhas Velhas


DOC Trás-os-Montes, Sub-região de Valpaços 13.5% 
Lagares de granito, com estágio em cascos de carvalho

Ruby quase opaco, aroma elegante com fruta vermelha madura e alguma madeira e chocolate. Muito encorpado, seco, madeira presente mas bem integrada, amplo e boa persistência, com final seco, ligeiramente mastigável, frutado mas com boa frescura. Num bom ponto de consumo, mas com algum potencial de guarda. 17 

- Valle Pradinhos tinto 2011 Reserva


Regional Transmontano 14%
Tinta Amarela, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional

Cor ruby, intensa. Aromático, fruta vermelha madura, doce, com um toque de madeira. Muito encorpado, muita fruta madura, alguma madeira presente bem como os taninos, com bom volume de boca, seco e alguma frescura. 16.5

- Trovisco tinto 2009 Reserva


Regional Transmontano 14.5%
Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinto Cão, com 10 meses de estágio em cascos de carvalho

Cor ruby, opaco. Aroma de cereja preta madura. Encorpado, intenso amargo e vegetal, com cereja verde. Seco, boa boca e alguma persistência, tanino ainda bem presente. 15.5

- Palácio dos Távoras tinto 2011 Grande Reserva


DOC Trás-os-Montes 14.5%

Cor ruby, opaco. Aromático, típico Alicante Bouschet, com notas químicas, bacon e alguma fruta preta madura, com sugestões especiadas. Encorpado, boa frescura, tanino polido, madeira bem presente. Amplo e boa persistência, com final seco, intenso e frutado, com fruta e algum chocolate, bem como algum calor do alcool. 17

- Romano Cunha tinto 2009


Regional Transmontano 13.5%
Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Nacional, fermentação e estágio de 8 meses em barrica de carvalho francês

Cor ruby opaco, aromático, ginja e ligeira nota de evolução, com algum couro. Muito encorpado, muito seco, alguma frescura, mas com elegância. Amplo e bem persistente, com madeira bem integrada, um conjunto muito agradável e que tem aguentado bem o passar do tempo. 17

- Casal Faria tinto Grande Reserva Touriga Nacional


DOC Trás-os-Montes
100% Touriga Nacional

Ruby opaco, com tom violeta. Aroma frutado, cheio de amora preta, um toque floral e notas especiadas. Denso, mastigável, amplo e bem persistente, um tinto seco, com boa frescura, tanino polido, intenso e cheio de fruta madura. Um grande vinho, opulento, intenso, para consumir já ou guardar mais algum tempo. 17.5

- Quinta de Arcossó tinto 2011 Grande Reserva


DOC Trás-os-Montes 14.5%
Touriga Franca (50%), Tinta Roriz (25%) e Tinta Amarela (25%), com 12 meses de estágio em toneis antigos de Castanho

Um ruby opaco, com tom violeta. Aroma doce e elegante, alguma madeira presente, notas especiadas e fruta preta. Muito encorpado, seco, mastigável, cheio de tanino mas polido, fruta presente, boa frescura e ligeira sensação mineral. Amplo e boa persistência, concentrado mas com elegância, com final frutado e ligeiramente especiado. Um grande vinho da região! 17.5

Em relação a brancos, não consigo definir um padrão de vinhos. Encontrei vinhos muito encorpados até outros mais ligeiros, desde os predominantemente florais até aos mais frutados, com e sem estágio em madeira, das mais variadas castas (até Alvarinhos…). Apesar de ter gostado particularmente de dois dos brancos, acho que a região ainda tem muito para evoluir, para encontrar o seu próprio caminho e traçar um perfil de vinho que possa ser partilhado por toda a região (ou pelo menos por cada sub-região).

Quanto a tintos, um painel diversificado, feito sobretudo pelos topos de gama das respectivas casas, onde foi possível traçar um perfil comum: Vinhos opulentos, cheios de fruta e de estrutura, com muito tanino e com elevados níveis de álcool, mas com alguma frescura para os balancear. São vinhos que não devem ser bebidos muito jovens, que necessitam de tempo para ficarem mais polidos, para mostrarem toda a sua força, mas com alguma elegância.

Resumindo, Trás-os-Montes é uma região que se vai afirmando, onde vão aparecendo novos projectos, e que está a aprender e a crescer. Por isso, julgo que merece alguma atenção e dedicação, para acompanhar a sua evolução…

Avinhado a 22 de Junho de 2016
#avinhar

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