Estamos no Carnaval, época de festa e de
diversão, de foliões que se mascaram em algo que não o são. Festividades que
acontecem um pouco por todo o mundo, que antecedem os 40 dias de jejum da
Quaresma, sendo por isso uma época marcada por grandes festas, onde se comia e
bebia numa busca incessante de prazeres antes da privação.
O vinho é uma também é uma fonte de
prazer, bebida de eleição para muitos, nestas e noutras festividades. Mas será
que o vinho também tem um Carnaval?
Obviamente que o vinho não celebra, não
come e bebe numa busca incessante de prazeres, mas ás vezes parece cobrir-se de
máscaras. Olhe-se para os rótulos das garrafas com mais atenção, e veja-se a
multiplicidade de designações, medalhas e preços que alguns vinhos ostentam.
Designações como “Colheita Especial”,
“Private Collection” ou “Selecção do Enólogo”, até mesmo a designação
“Reserva”, onde no início do ano já aparecem alguns da colheita anterior,
poucos meses depois da sua vindima. Algumas destas e outras designações
pomposas, muitas delas sem qualquer regulamentação, são muitas vezes utilizadas
com o intuito de valorizar o produto ou de criar a ideia de um vinho superior.
E as colecções de medalhas que alguns vinhos
ostentam? Ahh e tal, mas isso até mostra a qualidade dos vinhos, dirão alguns.
Bem, não vamos agora dissertar sobre os concursos e sobre as medalhas, vou só
dizer que raramente um grande vinho vai a concurso ou que um determinado vinho
tanto pode ser medalha de ouro num concurso como ser bronze no concurso seguinte.
Agora, cada um que tire as conclusões que entender...
Outro Carnaval são os preços,
principalmente as promoções. Quantos vinhos aparecem em algumas grandes superfícies
com um alegado preço associado a um desconto de 60, 70 ou até 80% do seu valor?
Aquela “campanha” onde o vinho supostamente custa 9€, mas está a ser vendido a
2.99€, e que em alguns casos, nem os 2.99€ o vinho vale!
Claro que há excelentes vinhos, claro que
há produtores que simplesmente fazem o seu melhor vinho, claro que há vinhos
sem máscaras. O que não gosto é que me tentem enganar enquanto consumidor, onde
em alguns casos, aparentemente a única regra é “Vale tudo menos tirar olhos”. Olhos
que o consumidor bem precisa para ver quem vem de máscara e quem não vem... Bom
Carnaval, se possível, acompanhado de vinhos sem máscaras!
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