quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Chateau Lafleur

A flor de Pomerol


Pomerol é um dos nomes mais sonantes da região de Bordéus, uma das denominações de peso, embora seja uma das mais pequenas (800ha de vinha) e não classificada, tem algumas das casas mais emblemáticas, como Petrus, Le Pin e Lafleur.  Contudo, nem sempre foi assim, e reza a história que no passado, Pomerol terá sido uma segunda (ou terceira) linha, que fazia algum vinho, mas sem grande prestígio, vinho para ser consumido em "tasca"...

Chateau Lafleur é uma das mais antigas propriedades de Pomerol, com registos desde 1872, a "mais pequena das mais conhecidas", localizada no planalto de Pomerol, mesmo ao lado do famoso Petrus. São 4.58ha de vinha, onde o solo é o clássico cascalho (gravel) de Bordéus, por oposição ao barro e areia da encosta e fundo, apesar de estarem identificados 11 solos diferentes nesta vinha, com diferentes composições de cascalho, barro e areia. 

Quando se fala de Pomerol, fala-se da margem direita do rio, e pensa-se em Merlot. De facto, após a geada de 1956, as vinhas foram replantadas, e na época, o Merlot foi a variedade recomendada (e com poucos clones), tendo ganho predominância nesta localização. Contudo, Lafleur manteve-se fiel às suas origens, e manteve a sua linhagem de Cabernet Franc (conhecido como Bouschet / Le Breton - nome utilizado no banco direito antes da selecção clonal, que veio do país basco, francês ou espanhol), mas um clone antigo, que ainda hoje por lá anda, e que define os seus vinhos, fazendo com que o perfil seja naturalmente diferente dos demais.


Um produtor que, como muitos da região, têm a sua marca principal, normalmente com o nome da casa e a um preço elevado, e que depois criam uma segunda marca, uma espécie de gama mais baixa da casa, mais acessível. Até aqui Lafleur é diferente, existe uma segunda marca, mas não é uma gama mais baixa, é apenas uma expressão diferente da vinha, um vinho com origem numa pequena parcela onde o barro predomina, por oposição à principal referência da casa, onde o cascalho é o predominante. Temos assim a referência Chateau Lafleur como principal, e Pensées de Lafleur como "segunda" marca.


Pensées de Lafleur 2014
Expressão de barro, notas especiadas, notas de franc com graxa (químico), um vinho com concentração, tanino e acidez, um pouco rústico no tanino, belíssima acidez, profundo e bem persistente, final fresco e ainda marcado pela barrica. Um vinho intenso e poderoso, mas com a elegância da frescura, telúrico, de facto, uma expressão do barro.

Chateau Lafleur 2011
Aroma fino, fruta silvestre madura, notas de barrica, o lado químico evidência, leve barro, tabaco, um tinto com tanino mais polido, boa acidez, bem seco, encorpado e profundo, com concentração e leve amargo no final de boca, um Grande vinho!

Avinhado a 4 de Dezembro de 2018#avinhar
#lafleur
#pomerol
#bordeaux
#bordeauxwinetour

Sem comentários:

Enviar um comentário