Uma viagem pela história recente (1994 - 2015) de um clássico da região.
Quinta de São Francisco, uma das marcas emblemáticas da Companhia Agrícola do Sanguinhal, uma empresa de referência na região e no país, fundada em 1926 por Abel Pereira a Fonseca.
Uma referência com forte associação a Óbidos, utilizado sempre a sua designação de origem, no passado VQPRD e actualmente DOC. Oportunidade para uma viagem no tempo, uma análise às três últimas décadas, com prova de alguns dos vinhos produzidos nesse período, onde é possível percer algumas evoluções, não só na garrafa (cor e tamanho) como no próprio rótulo (VQPRD para DOC, dimensão do rótulo e pequenas modificações no design), mas sobretudo na filosofia, onde até 2003 o lote era dominado (70 a 80%) pela casta Castelão (conhecida localmente como Trincadeiro e regionalmente como João de Santarém) acompanhado por Tinta Miúda, e a partir de 2005 o Castelão deixa de ser a protagonista para deixar entrar a Touriga Nacional e o Aragonês.
Uma referência com forte associação a Óbidos, utilizado sempre a sua designação de origem, no passado VQPRD e actualmente DOC. Oportunidade para uma viagem no tempo, uma análise às três últimas décadas, com prova de alguns dos vinhos produzidos nesse período, onde é possível percer algumas evoluções, não só na garrafa (cor e tamanho) como no próprio rótulo (VQPRD para DOC, dimensão do rótulo e pequenas modificações no design), mas sobretudo na filosofia, onde até 2003 o lote era dominado (70 a 80%) pela casta Castelão (conhecida localmente como Trincadeiro e regionalmente como João de Santarém) acompanhado por Tinta Miúda, e a partir de 2005 o Castelão deixa de ser a protagonista para deixar entrar a Touriga Nacional e o Aragonês.
São lotes com trabalho de madeira, normalmente com alguma madeira nova mas sobretudo madeira usada, carvalho francês mas também algum americano, e que pontualmente leva uma pequena percentagem de outras castas presentes no encepamento moderno, como a Merlot ou a Cabernet Sauvignon. Deixo as minhas notas de prova, acompanhadas da respectiva fotografia do rótulo:
Quinta de São Francisco tinto 1994
Cor levemente aberta, de tom acastanhado. Aroma evoluído, cheio de notas balsâmicas, couro, caramelo amargo, nota vegetal de frescura a sugerir mentol. Ainda bem vivo, tanino presente obviamente já polido pelo tempo, boa frescura, leve picante no final de boca.
Madeira, passagem por tonel, um belíssimo exemplar de um vinho com idade, de perfil evoluído, mas cheio de vida e de elegância.
Quinta de São Francisco tinto 1997
Cor levemente aberta, tom acastanhado pouco marcado. Aroma mais elegante que o 94, menos evoluído, caramelo, ainda com alguma fruta presente, ginja, tabaco, com leve sugestão de frescura vegetal. Encorpado, macio, boa frescura, num óptimo momento de forma para quem gosta de vinhos evoluídos mas vivos, ainda com fruta. 20 anos de uma boa evolução.
Quinta de São Francisco tinto 2000
Cor ainda intensa, bem viva, com leve acastanhado. Aroma vivo, ainda com notas de madeira, leve caruma, notas de couro. Encorpado, já elegante, boa frescura, leve amargo no final, seco, boa boca e persistência, equilibrado, em boa forma, um belíssimo vinho com quase duas décadas de vida.
Quinta de São Francisco tinto 2005
Ano de alteração do encepamento, deixa de ter o Castelao a 70-80% para passar para cerca de 30-40%, acompanhado de Touriga Nacional e Aragonez, com leve toque de Cabernet Sauvignon.
Leve tonalidade acastanhada, de cor intensa. Leve pimento a marcar o tom, alguma fruta e leve evolução. Leve vegetal a marcar a fruta fresca, tanino ainda presente, seco, bem persistente, um perfil mais carnudo, mas sempre com frescura.
Quinta de São Francisco tinto 2010
Ruby intenso, de aroma frutado, ginjas, com um toque de madeira, leve sugestão de frescura vegetal de pimento. Picante, com o toque vegetal do pimento a envolver toda a fruta ainda bem presente, um toque de madeira no final de boca, um tinto concentrado, boa frescura, já com polimento, de perfil jovem. Num excelente momento de forma para quem aprecia vinhos jovens, ainda dominados pela fruta fresca, com frescura, mas com polimento.
Quinta de São Francisco tinto 2014
Cheio de fruta madura, ginja preta, ainda com a madeira bem presente, leve baunilha, ainda muito jovem, com a frescura que caracteriza a referência, para guardar por mais algum tempo.
Quinta de São Francisco tinto 2015
Quase opaco, bem seco, vegetal a marcar o tom, madeira ainda presente, com fruta em fundo, sugestão de caruma. Um vinho concentrado, tanino fino bem vincado, boa frescura, final especiado, ainda muito jovem, para guardar. Denso, mas fresco, cheio de fruta mas com um vegetal, intenso.
Avinhado a 12 de Outubro de 2017
#avinhar
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