quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Quinta do Crasto 1994-1999

Uma prova vertical, com todos os Quinta do Crasto tinto Reserva do século passado.


De referir que o "Reserva" foi o precedente do actual "Vinhas Velhas", uma referência deste produtor e da região do Douro. Estes 6 vinhos ainda tiveram enologia de David Baverstock, o histórico enólogo da Herdade do Esporão, Alentejo.

- Quinta do Crasto tinto 1994 Reserva
1º Reserva produzido pela Quinta do Crasto, de uma vinha velha com cerca de 60 anos e 12 meses de estágio em barrica de carvalho francês. Cor ruby, com ligeiro tom acastanhado e ligeiramente turvo, é um vinho aromático, com notas especiadas e de tabaco. Na boca apresenta-se fresco e elegante, com bom comprimento e alguma persistência, com alguma fruta ainda presente. Já não estará no seu auge...

- Quinta do Crasto tinto 1995 Reserva
Com 12 meses de estágio em barrica, apresenta uma cor ruby, intensa, com ligeiro tom acastanhado, quase sem sinais de evolução, límpido e brilhante. Pouco aromático, notas químicas, chá preto, ginja bem madura, com algum álcool presente no aroma e na boca. Pouca frescura, bom volume de boca e boa persistência. Provavelmente um ano muito quente, que resultou num vinho com fruta muito madura e pouca frescura. Beber já.

- Quinta do Crasto tinto 1996 Reserva
Com 8 meses de estágio em barrica de carvalho francês e americano, apresenta uma cor ruby, intenso, com tom violeta. Aroma desagradável, já avinagrado, com notas de azeitona. Não significa que todas as garrafas do 96 estejam assim, mas esta já passou de prazo...

- Quinta do Crasto tinto 1997 Reserva
Com 9 meses de estágio em carvalho francês e americano, apresenta uma cor ruby, intensa, sem sinais de envelhecimento, com brilho e ligeiro depósito. Aroma límpido, fruta madura, um ligeiro excesso de álcool. Encorpado, alguma frescura, um pouco de álcool em excesso, é um vinho amplo e com boa persistência, final seco, com algum tanino a marcar presença e fruta vermelha bem madura. Bom vinho, um ano quente, um ano de excelência na região.

- Quinta do Crasto tinto 1998 Reserva
Com 16 meses de carvalho francê e americano, apresenta uma cor ruby, pouco intensa, com ligeiro tom acastanhado, com brilho e algum depósito. Aroma evoluído, couro, azeitona, sugestão de fruta madura em fundo. Encorpado, alguma frescura, seco e com alguma fruta, mas já com um toque de vinagre. Boa boca e boa persistência, mas já em fase descendente.

- Quinta do Crasto tinto 1999 Reserva
Com 16 meses de estágio em carvalho francês e americano, este foi o último "Reserva", bem como o último ano do David Baverstock na Quinta do Crasto. Apresenta uma cor ruby, intensa, com brilho e ligeiro depósito. Aroma límpido, fruta madura, leve sugestão química e algum licoroso. Encorpado, concentrado, alguma frescura e frutado, um vinho com boa boca e boa persistência, com final seco e frutado. 
 
Em resumo, fiquei muito decepcionado com os vinhos em prova, que mostraram não ter grande evolução, e em alguns casos, já estarem passados. É sempre interessante avaliar a evolução dos vinhos ao longo do tempo, mas também a evolução de uma referência numa casa, neste caso, o trabalho de um mesmo enólogo ao longo de 6 anos numa mesma casa.

Para terminar, o meu obrigado ao Pedro Barata, do blog Os Vinhos, por disponibilizar e partilhar as garrafas desta prova.

Avinhado a 17 de Dezembro de 2015.

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