segunda-feira, 8 de junho de 2020

Quinta do Regueiro branco 2015 Barricas

Nova tendência?



A região do Vinho Verde é conhecida sobretudo pelos seus vinhos brancos, ligeiros e muito frescos, jovens apesar de alguns terem bastante potencial de envelhecimento. Os vinhos da sub-região de Monção e Melgaço são, hoje em dia, sobretudo vinhos monocasta Alvarinho, uma das variedades mais nobres, e que alí se dá muito bem. Se olharmos ao passado, não haviam muitos Alvarinho de barrica, a esmagadora maioria, em referências e em volume, era dedicadas aos Alvarinhos lançados jovens, de "inox". 

Hoje em dia, o cenário é um pouco diferente, apesar da maior parte de referências e volume se dedicar a vinhos mais jovens, talvez por serem mais acessíveis e por ser o perfil que o consumidor está mais habituado. Hoje em dia há várias referências de Alvarinho com estágio em barrica, aliás, hoje em dia há toda uma panóplia de Alvarinhos, de barrica, de curtimenta, em espumante, em colheita tardia, em ânfora, em tudo e mais alguma coisa.

O Alvarinho aguenta-se bem em barrica, temos vários exemplos disso, como os Vinha Antiga da Provam, os Parcela Única do Anselmo Mendes ou o Vinha da Coutada do Vale dos Ares. Este é também um belíssimo exemplo disso, o Barricas, aqui na colheita de 2015, um Alvarinho, Monção e Melgaço (13%), estágio em barricas de carvalho francês. Apresenta nesta fase uma cor dourada, aroma com evolução evidente, notas doces de barrica ainda presentes, um Alvarinho já no seu estado terciário, funcho, mel, borracha, mas vivo e fresco, sendo um vinho encorpado, cremoso, fresco, um Alvarinho que está numa fase que conjuga elegância, e vivacidade.

Haverá futuro para este tipo de Alvarinho? Não tenho dúvidas que sim, pois há qualidade, acrescenta valor e diferenciação aos Alvarinhos clássicos, mais jovens e de carácter mais prímário, já para não falar do potencial de envelhecimento...

Um vinho desta estrutura, cremoso e fresco, pede comida. Já tive a felicidade de o experimentar com vários pratos, até com uma posta, passando pelo cordeiro no forno (Foda à Monção, prato muito conhecido na região e com o qual estes vinhos se conjugam lindamente), desta vez, decidi fazer um polvo à lagareiro.

Para mim, a conjugação é muito interessante. a frescura do vinho faz um bom contraste com o azeite, a sua untuosidade conjuga-se bem com as batatas de forno, a sua estrutura é suficiente para um polvo, desde que macio, como felizmente este estava. 

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#enogastronomia
#velhossaoostrapos

2 comentários:

  1. Boa tarde Luís, espero que se encontre bem.
    Descobri agora os eu blog.
    No Natal ofereceram-me uma garrafa deste vinho e adorei...
    Quando tiver novidades de novos cursos de vinho diga sff.

    Grande abraço
    Paulo Ferreira

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    1. Boa tarde Paulo,

      É um belo vinho, e de um dos meus produtores preferidos desta sub-região.

      Quanto a cursos, neste momento, apenas os online. Veja o site do Enóphilo, há vários neste momento.

      Obrigado e até breve,
      Luis Gradíssimo

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