domingo, 24 de julho de 2016

Márcio Lopes

O produtor dos vinhos Pequenos Rebentos, Permitido e Proíbido


Márcio Lopes é um jovem enólogo e produtor, que lançou os seus próprios vinhos depois de alguns anos a trabalhar para outras casas e com outros enólogos. Como jovem, naturalmente tem a sua irreverência, as suas ideias, a sua vontade de fazer bem, sem estar preso a preconceitos, mas com uma grande ligação à terra e às suas origens.


O desafio foi lançado: Uma prova vertica de Pequenos Rebentos, uma referência deste produtor para os vinhos produzidos na região do Vinho Verde. Estiveram à prova 4 colheitas: 2014, 2013, 2012 e 2011, dos quais destaco o 2012, um vinho ainda com o aroma um pouco fechado, com notas de fruta madura e sugestão de apetrolados. Encorpado, fresco, seco e com untuosidade, é um Alvarinho intenso, amplo e muito persistente, com final fresco, com alguma fruta madura e ainda um pouco tenso, para continuar a crescer na garrafa. Um belíssimo Alvarinho.

Houve ainda espaço para provar uma amostra de barrica do que poderá vir a ser o Pequenos Rebentos branco 2015 4 Barricas, uma pequeníssima produção (inferior a 1000 litros), de um Alvarinho com estágio em 4 barricas de carvalho francês. Um vinho ainda em construção, mas que mostra já a sua elevada qualidade, com um aroma fino, onde se encontra alguma da tropicalidade típica do Alvarinho, conjugada com algum fumo das barricas. Muito fresco, ainda muito cítrico pela juventude, já com alguma untuosidade, amplo e muita persistência de um vinho que mostra já alguma elegância. Um vinho para voltar a provar futuramente!


Mas a prova não ficou por aqui, e ainda vieram uns exemplares do Permitido e do Proibido, o branco e o tinto do Douro, respectivamente.

O Permitido branco 2015 é um branco do Douro, uma pequena produção de 1.800 garrafas de um vinho de aroma discreto mas fresco, com notas cítricas e de pêra, tudo conjugado com uma sugestão mineral, e tudo em harmonia em boca, num conjunto encorpado e boa persistência, um vinho seco mas fresco, com alguma untuosidade e um toque mineral. Um grande vinho, com um preço muito interessante (PVP: 12.50€)


A prova terminou com o Proibido tinto 2012, um tinto do Douro, uma pequena produção de 2.000 garrafas a um preço de referência de 28 a 30€. Cor intensa, quase opaco, é um vinho muito encorpado, denso e mastigável, ainda cheio de tanino mas polido, grande volume de boca e boa persistência e frescura. Um tinto opulento, ainda muito jovem, que pode (e deve) guardar por mais algum tempo.

Resumindo, são vinhos interessantes, com preços muito correctos para a qualidade apresentada, de um jovem produtor, dinâmico, e cheio de vontade de fazer mais e melhor. Projectos a acompanhar!

#avinhar

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